sábado, 28 de junho de 2014


POEIRA DE ESTRELAS

De onde vieram meus átomos ?
Meus carbonos, de quem foram ?
Já foram riboses de César,
Ou de Jesus talvez foram ?
Foram de geleiras do Ártico
As minhas águas celulares ,
E os fios dos meus cabelos
Foram corpos estelares .
O oxigênio que bem agora
Circula em meu sangue
Conheceu alvéolos pulmonares
De Platão ou então de Gandhi
Meus nitrogênios viajaram
Por continentes, Países
Em meus ossos estes cálcios
Transportados por raízes.
Estes sódios e potássios
No peito de Átila dormiram
E quem sabe dos quasares
Em seus raios refletiram
Sou poeira das estrelas
Carregada pelos ventos
Sou um corpo reciclado
Desde o início dos tempos
Viajantes seculares
De onde vim pra onde vou?
Sou o alfa do alfabeto,
Herança do Big- Bang
Sou de Kafka o inseto
Guardo memórias químicas
Das areias do deserto
Da argila de Adão
Átomos da costela e
Das páginas do alcorão  
Viajante das galáxias  
Sou uma poeira estelar
Um gigante gasoso
Ou ser unicelular
Vou assim fazendo parte
Da História do Universo
Escrito em símbolos , números
                          Descrito em simples versos  

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