quinta-feira, 26 de dezembro de 2013



desenho


 

 

NO FIM DO ANO



No fim do ano vou contar-lhe o meu segredo,

Contar porque cresci mais cedo,

E porque sou criança certas vezes.

Vou contar porque escolhi você,

Vou mentir que já esqueci você,

Vou correr pra não ouvir um não!

E no fim do ano vou contar,

Que gostei muito mais da ilusão,

Porque dela tenho um beijo tão “mentira”

Que a verdade foge, nem respira ,

E engano mais um ano o coração

Quando chegar o fim do ano

Vou escrever-lhe tudo aquilo que senti,

Vou sentar no fim do corredor,

Fazer uma ou duas poesias ,

E rasgá-las, com muita dor.

Esvaziar a cabeça já vazia...

No fim do ano vou juntar coragem,

Toda aquela que guardei o ano inteiro,

Vou parar você no pé da escada,

Olhar seu rosto de ligeiro,

E fugir, sem coragem, sem nada,

Porque nada poderei dizer.

Mas talvez você entenda  este medo,

E decifre o que diz meu olhar,

E então saiba aí meu segredo,

Sem que a boca precise contar.





PRESTE ATENÇÃO



Preste atenção no vento

Que carrega a minha voz,

Penetre neste vento

E aproveite este tempo à sós.

Preste atenção no céu,

Em que voa a ave libertada

Preste atenção no ventre

Ou preste atenção no nada.

Preste atenção em quem sente,

Pode ser um sentimento por você,

Preste atenção nesta gente,

Pois há gente que precisa de você.

Preste atenção na vida,

Porque ela tem saída

Pros problemas de amanhã,

Preste atenção na menina feia,

Pode ser o rosto de uma irmã,

Preste atenção na morte da baleias,

Preste atenção nas crianças do Irã.

Preste atenção em tudo,

Sem esquecer de você,

Sem esquecer de ir andando,

Olhe em cada canto

Um rosto diferente,

Que por traz de cada rosto de gente

Tem muita gente te amando.




Colheita



Leste, Sul

Oeste ou norte ?

Pra qual lado

Se dirige a nossa sorte ?

Pensamento tão profundo:

Que destino nos pertence neste mundo ?

Caminhamos tão ligeiros,

Mas tanto faz se caminharmos devagar,

Na estrada há tantas vidas diferentes,

Mas é a nossa vida que vem nos encontrar !

Como o homem que semeia

Entre pedras e areia,

Ou aquele que semeia

Em nenhum lugar.

Com certeza nada colhe,

É a vida quem escolhe,

Pois a vida também colhe quem plantar.



Longe dos olhos



Quanto mais longe estejas

Mais te imagino perfeito,

Não quero procurar

E nem enxergar seus defeitos.

Fecho os olhos

E seguro suas mãos

E te chamo meu amigo,

E te empresto meu ombro,

Ouço e conto histórias,

Que só os amigos se permitem contar,

E mesmo sendo um delírio

Eu me permito sonhar.

Fecho os olhos no vento,

E viajo nas folhas que voam no outono,

Até que esta folha seca de Junho

Entre com o vento

Pela janela do seu quarto iluminado

E caia silenciosamente no chão,

Nos pés da sua cama,

Dentro do coração ,

Refletindo os fios de luz

Que flutuam no ar do amanhecer,

Pois tanto eu, a luz e a folhinha seca

Quisemos te ver dormir  em paz

Até  chegar o anoitecer.



Estrela



A luz de uma estrela errante

Cruzou o infinito céu

Seria uma estrela cadente

Morrendo naquele instante ?

Dizem que uma estrela

Tem mais brilho no final

E mesmo estando tão distante

Sabemos o quanto é bela.

Não é segredo pra ninguém

Que se a estrela aqui acaba

Não é o fim do universo

Porque assim como gente

Uma estrela morre hoje

E hoje nasce outra também

E também como o universo

Que foi, é e será,

Há uma estrela em todos nós

Que sempre existirá !


A ventania

 
Os ventos de três décadas
Não sopraram para longe
As sombras das celas escuras
Que ainda se abrem às vezes
Na mente dos não heróis,
Porque se herói é o que morre
O que são então os que vivem
Da dolorosa lembrança
E sem morrer, noentanto,
Perderam também a vida ?
Parece que foi outro dia
Que na gelada sala
Um homem gemia...
Dignidade enforcada
Numa tortura insana,
Um outro homem batia
Em seu semelhante homem,
E os pés que queimavam
Sonhavam pisar na grama,
E como se fosse possível
A mente escapava do corpo,
Talvez para enganar a dor,
Talvez pôr esperar viver,
E esta mente podia sentir
Que em outras celas iguais,
Tratados como animais,
Outros também sofriam,
Vítimas de vaidade débeis,
Companheiros da mesma dor,
Alguns disseram adeus,
Num grito sem fonemas
E quando a respiração cessou
Puderam chamar-se heróis !
Mas heróis precisam morrer ?
Temos heróis vivos,
Que ajudaram a mudar os ventos
E trouxeram lições daquilo
Que não queremos viver nunca mais
As vezes eles choram,
As vezes eles sofrem,
As vezes tem medo ,
As vezes tem dúvidas...
Mas pôr fim
Afirmam a fé ,a esperança e a caridade
Podem até arrancar-lhes pedaços e palavras
Mas em algum lugar inatingível
Ficaram os sonhos que germinaram hoje,
Ficaram os ideais do caminho,
Que nada pode apagar,
Que ninguém pode arrancar,
Que pode não ser o único,
Mas é um caminho estrelado,
Sem mapas , mas fácil de seguir,
Aplainado pelas vozes do povo,
Pelo grito dos heróis
Conhecidos e desconhecidos !
E dos corpos que nunca mais respiraram
Dos pais que foram humilhados,
Das mãos arrancadas dos trabalhadores,
Dos amigos não sepultados,
Das línguas que foram caladas,
Dos filhos que nunca voltaram,
Das lágrimas de mães,
Do sangue que escorreu nas celas ,
Surgiu uma bandeira viva,
Que carrega a energia
Das almas doadas
Em nome de nossa liberdade !
 
 


 

Querem acabar com meu país

 
Querem acabar com meu país.
O que foi que eu fiz ?
Eu não sou culpado se a CIA
Espionava a KGB ,
Eu nem sou culpado se
O seu vizinho espiona você.
Querem destruir algumas nações,
Mas esquecem que destruirão o mundo,
Este mundo que destrói meu coração,
E subjuga o chamado submundo.
Querem matar meus filhos,
Mas que droga !
Eu não matei os filhos de ninguém.
Mas eles querem apertar os gatilhos,
E matar seus próprios filhos também.
Querem destruir tantas bandeiras,
E escravizar-nos todos ao mesmo hino,
Se ao menos este céu fosse a bandeira
E o som das águas fosse aceito como hino...   
 

POETINHA

 
Estou caminhando
Ao encontro de nenhum lugar,
Estou procurando
Um poeta pra eu poder me apaixonar.
Mas enquanto o mundo caminha,
Ninguém quer saber do poetinha,
O mundo aos poucos o esquece,
Gira o mundo e eu faço uma prece,
Ilusões desta poeta aprendiz !
Este amor é uma quimera,
Quem me dera !
Quem me dera ter ao menos
Um pouquinho do que eu quis !
Ah! Meu ilustre poetinha,
Que procura tantas coisas
E está vindo a me encontrar
Eu grito alto :
Não desista !
Prossegue !
Caminha !
Eu procuro um poetinha
Pra poder me apaixonar .


 
 
 
 

 



Somos máquinas de guerra

 
Esta noite terei surpresas
Que irão desmoroná-lo
Tenho o mundo em minhas mãos
E poder pra detoná-lo !
Eu pergunto e interrogo,
Mas ninguém quer responder :
-          Olhe este mundo agora
 
E diga-me o que você vê ?
Choraremos muitos dias
Pôr darmos fim às nossas vidas ,
Conquistando coisas novas
E abrindo novas feridas.
Progresso e evolução,
Novas guerras, explosão...
Destruímos nosso mundo,
Num segundo, num botão.
Eternamente ameaçados ,
Acordamos tão risonhos...
Somos máquinas de guerra
Pondo fim aos nossos sonhos.
 
 

Minha voz na madrugada

 
Muitas vezes não disse nada
Daquilo que queria dizer,
Muitas vezes fiquei calada
E deixei você me esquecer.
Muitas vezes , na escuridão,
Sufoquei meu pensamento,
Desviei meu coração,
Fiz você de passa tempo.
Quantas vezes esqueci,
De mim, de você, de nós...
Também sufoquei você,
Também calei sua voz.
Porém hoje o que eu gritei,
Não acordou a voz passada,
É um grito sem destino,
Uma voz na madrugada
 


 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

A busca


 

 

Eu vivo num mundo deserto

Com sol encoberto

Sem dor nem amor.

Estou tão vazio e incerto,

Fechado e aberto,

Nem sei quem eu sou

Eu sou um jovem perdido,

com um pai pouco amigo,

E tentei me encontrar,

Busquei-me em jovens e velhos,

Com loucos e sérios eu fui caminhar.

Conheci tanta luz , tanta dor,

Tanto amor que passou

Por onde eu caminhei

E já fui peregrino maldito

Tão pouco querido por onde passei

E agora também sou acusado

De ter crucificado

Um jovem que amei.

 

 

Criança do século XX


 

Arremeço para você

Palavras que você arrebata,

Mas agora falar com você

Não me fere, nem me mata.

O mundo está pelo aveço ,

Mas tudo se encobre e eu esqueço

Mudam-se sons e faces.

E se de repente tudo acabasse ?

Se o sol explodisse e a vida parasse ?

E você um dia me disse

Que no mundo não teria flor ,

Nossa terra magoada

E a chuva chorando de dor

Onde nenhum ser

Pudesse mais existir

Com seu corpo ou com seu íntimo

E ninguém pudesse ser ou Ter

Nem seguir seu instinto

Onde o caminho fosse escuro

E a terra estivesse em apuro,

E tudo fosse indecente,

Onde não caísse a luz

De um céu azul e reluzente,

E cada brilho que talvez chegasse

Já estivesse poluído ao surgir,

Pela bomba que a gente fez

Ou detonou para explodir.

Mas ainda vejo a nova lua,

Vento e sol na minha rua ,

Ainda vejo um rouxinol,

Bicho,flor e pôr do sol,

Acredito ainda em nós,

E no toque de nossas mãos,

E sinto aqui dentro de mim

Que todo mal que cresceu na terra

Um dia terá um fim,

Mas agora não posso ser ou ter

E não há lugar para mim,

Porque agora sou criança

E não há lugar para mim.

 

QUASE EU


 

Menina, você se mistura

Com seu jeito e com o meu

Pequena, sem mente obscura,

Menina pura, que é quase eu

 

Menina, se grito e choro

Lá está você ao lado meu

Se estou sorrindo ou me apavoro

Sei que meu choro é quase seu

 

Se eu me perder no caminho,

Chorando por algo que aconteceu,

Faz-me esquecer com carinho

A pequena menina que é quase eu

 

Menina,

Você que sabe o que sinto

Sabe se canto ou se choro

Você que sabe se minto,

É o lado de mim que mais adoro

 

Pequena de olhos viventes

Que tem destino paralelo ao meu

Você sabe que amo um amigo,

Amo um amigo que é quase eu

 

E agora, se você chora

Eu também choro, não sei porque ?

Talvez seja porque eu

Esteja sendo quase você !

 

 

Promessa


 

Debaixo deste céu eu prometi,

Assim eu o amaria eternamente,

E jamais abandonei o que senti,

Pois tudo o que senti foi diferente,

Olhando sua sombra eu jurei,

Porque olhar você me causa anseio,

Um medo de querer e não poder,

Jurei calar o amor no meu receio.

No espírito cresceu e eu não contive,

Quebrei minha promessa de calar

Mas a promessa para sua sombra eu mantive:

Jamais eu deixaria de te amar .

Já esqueci como fazer a poesia

Como aquela que certo dia

Você guardou como lembrança

Lembrança do escritor de fantasias

Personagens que inventei na poesia,

Lembrança da mulher quase criança.

Não esqueci , porém , que sou sonhador

E deixei um juramento pra você.

Estou presente nas sombras deste amor

Esperando que voc6e possa um dia ver.

 

A ventania

 
Os ventos de três décadas
Não sopraram para longe
As sombras das celas escuras
Que ainda se abrem às vezes
Na mente dos não heróis,
Porque se herói é o que morre
O que são então os que vivem
Da dolorosa lembrança
E sem morrer, noentanto,
Perderam também a vida ?
Parece que foi outro dia
Que na gelada sala
Um homem gemia...
Dignidade enforcada
Numa tortura insana,
Um outro homem batia
Em seu semelhante homem,
E os pés que queimavam
Sonhavam pisar na grama,
E como se fosse possível
A mente escapava do corpo,
Talvez para enganar a dor,
Talvez pôr esperar viver,
E esta mente podia sentir
Que em outras celas iguais,
Tratados como animais,
Outros também sofriam,
Vítimas de vaidade débeis,
Companheiros da mesma dor,
Alguns disseram adeus,
Num grito sem fonemas
E quando a respiração cessou
Puderam chamar-se heróis !
Mas heróis precisam morrer ?
Temos heróis vivos,
Que ajudaram a mudar os ventos
E trouxeram lições daquilo
Que não queremos viver nunca mais
As vezes eles choram,
As vezes eles sofrem,
As vezes tem medo ,
As vezes tem dúvidas...
Mas pôr fim
Afirmam a fé ,a esperança e a caridade
Podem até arrancar-lhes pedaços e palavras
Mas em algum lugar inatingível
Ficaram os sonhos que germinaram hoje,
Ficaram os ideais do caminho,
Que nada pode apagar,
Que ninguém pode arrancar,
Que pode não ser o único,
Mas é um caminho estrelado,
Sem mapas , mas fácil de seguir,
Aplainado pelas vozes do povo,
Pelo grito dos heróis
Conhecidos e desconhecidos !
E dos corpos que nunca mais respiraram
Dos pais que foram humilhados,
Das mãos arrancadas dos trabalhadores,
Dos amigos não sepultados,
Das línguas que foram caladas,
Dos filhos que nunca voltaram,
Das lágrimas de mães,
Do sangue que escorreu nas celas ,
Surgiu uma bandeira viva,
Que carrega a energia
Das almas doadas
Em nome de nossa liberdade !
 
 


 

Querem acabar com meu país

 
Querem acabar com meu país.
O que foi que eu fiz ?
Eu não sou culpado se a CIA
Espionava a KGB ,
Eu nem sou culpado se
O seu vizinho espiona você.
Querem destruir algumas nações,
Mas esquecem que destruirão o mundo,
Este mundo que destrói meu coração,
E subjuga o chamado submundo.
Querem matar meus filhos,
Mas que droga !
Eu não matei os filhos de ninguém.
Mas eles querem apertar os gatilhos,
E matar seus próprios filhos também.
Querem destruir tantas bandeiras,
E escravizar-nos todos ao mesmo hino,
Se ao menos este céu fosse a bandeira
E o som das águas fosse aceito como hino...   
 

POETINHA

 
Estou caminhando
Ao encontro de nenhum lugar,
Estou procurando
Um poeta pra eu poder me apaixonar.
Mas enquanto o mundo caminha,
Ninguém quer saber do poetinha,
O mundo aos poucos o esquece,
Gira o mundo e eu faço uma prece,
Ilusões desta poeta aprendiz !
Este amor é uma quimera,
Quem me dera !
Quem me dera ter ao menos
Um pouquinho do que eu quis !
Ah! Meu ilustre poetinha,
Que procura tantas coisas
E está vindo a me encontrar
Eu grito alto :
Não desista !
Prossegue !
Caminha !
Eu procuro um poetinha
Pra poder me apaixonar .


 
 
 
 

 



Somos máquinas de guerra

 
Esta noite terei surpresas
Que irão desmoroná-lo
Tenho o mundo em minhas mãos
E poder pra detoná-lo !
Eu pergunto e interrogo,
Mas ninguém quer responder :
-          Olhe este mundo agora
 
E diga-me o que você vê ?
Choraremos muitos dias
Pôr darmos fim às nossas vidas ,
Conquistando coisas novas
E abrindo novas feridas.
Progresso e evolução,
Novas guerras, explosão...
Destruímos nosso mundo,
Num segundo, num botão.
Eternamente ameaçados ,
Acordamos tão risonhos...
Somos máquinas de guerra
Pondo fim aos nossos sonhos.
 
 

Minha voz na madrugada

 
Muitas vezes não disse nada
Daquilo que queria dizer,
Muitas vezes fiquei calada
E deixei você me esquecer.
Muitas vezes , na escuridão,
Sufoquei meu pensamento,
Desviei meu coração,
Fiz você de passa tempo.
Quantas vezes esqueci,
De mim, de você, de nós...
Também sufoquei você,
Também calei sua voz.
Porém hoje o que eu gritei,
Não acordou a voz passada,
É um grito sem destino,
Uma voz na madrugada
 


 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

A busca


 

 

Eu vivo num mundo deserto

Com sol encoberto

Sem dor nem amor.

Estou tão vazio e incerto,

Fechado e aberto,

Nem sei quem eu sou

Eu sou um jovem perdido,

com um pai pouco amigo,

E tentei me encontrar,

Busquei-me em jovens e velhos,

Com loucos e sérios eu fui caminhar.

Conheci tanta luz , tanta dor,

Tanto amor que passou

Por onde eu caminhei

E já fui peregrino maldito

Tão pouco querido por onde passei

E agora também sou acusado

De ter crucificado

Um jovem que amei.

 

 

Criança do século XX


 

Arremeço para você

Palavras que você arrebata,

Mas agora falar com você

Não me fere, nem me mata.

O mundo está pelo aveço ,

Mas tudo se encobre e eu esqueço

Mudam-se sons e faces.

E se de repente tudo acabasse ?

Se o sol explodisse e a vida parasse ?

E você um dia me disse

Que no mundo não teria flor ,

Nossa terra magoada

E a chuva chorando de dor

Onde nenhum ser

Pudesse mais existir

Com seu corpo ou com seu íntimo

E ninguém pudesse ser ou Ter

Nem seguir seu instinto

Onde o caminho fosse escuro

E a terra estivesse em apuro,

E tudo fosse indecente,

Onde não caísse a luz

De um céu azul e reluzente,

E cada brilho que talvez chegasse

Já estivesse poluído ao surgir,

Pela bomba que a gente fez

Ou detonou para explodir.

Mas ainda vejo a nova lua,

Vento e sol na minha rua ,

Ainda vejo um rouxinol,

Bicho,flor e pôr do sol,

Acredito ainda em nós,

E no toque de nossas mãos,

E sinto aqui dentro de mim

Que todo mal que cresceu na terra

Um dia terá um fim,

Mas agora não posso ser ou ter

E não há lugar para mim,

Porque agora sou criança

E não há lugar para mim.

 

QUASE EU


 

Menina, você se mistura

Com seu jeito e com o meu

Pequena, sem mente obscura,

Menina pura, que é quase eu

 

Menina, se grito e choro

Lá está você ao lado meu

Se estou sorrindo ou me apavoro

Sei que meu choro é quase seu

 

Se eu me perder no caminho,

Chorando por algo que aconteceu,

Faz-me esquecer com carinho

A pequena menina que é quase eu

 

Menina,

Você que sabe o que sinto

Sabe se canto ou se choro

Você que sabe se minto,

É o lado de mim que mais adoro

 

Pequena de olhos viventes

Que tem destino paralelo ao meu

Você sabe que amo um amigo,

Amo um amigo que é quase eu

 

E agora, se você chora

Eu também choro, não sei porque ?

Talvez seja porque eu

Esteja sendo quase você !

 

 

Promessa


 

Debaixo deste céu eu prometi,

Assim eu o amaria eternamente,

E jamais abandonei o que senti,

Pois tudo o que senti foi diferente,

Olhando sua sombra eu jurei,

Porque olhar você me causa anseio,

Um medo de querer e não poder,

Jurei calar o amor no meu receio.

No espírito cresceu e eu não contive,

Quebrei minha promessa de calar

Mas a promessa para sua sombra eu mantive:

Jamais eu deixaria de te amar .

Já esqueci como fazer a poesia

Como aquela que certo dia

Você guardou como lembrança

Lembrança do escritor de fantasias

Personagens que inventei na poesia,

Lembrança da mulher quase criança.

Não esqueci , porém , que sou sonhador

E deixei um juramento pra você.

Estou presente nas sombras deste amor

Esperando que voc6e possa um dia ver.